Maior pintor equatoriano usou sua arte como chamamento à unidade no continente
Já ouviu falar do museu Capilla del Hombre e do pintor e escultor equatoriano de origem indígena, Oswaldo Guayasamín, que dedicou sua arte a defender uma sociedade mais justa e igualitária? No foco de Guayasamín, especialmente, a subjugação dos povos latino-americanos.
Guayasamín, considerado o maior pintor do Equador, morreu aos 80 anos, em 1999. Três anos depois, ficou pronta a Capilla del Hombre, idealizada e co-projetada por ele. Um espaço que, em suas palavras, seria dedicado ao povo da América Latina e funcionaria como um chamamento à sua unidade _ do México à Argentina. Assim foi.
Localizado em Quito, e junto à casa onde Guayasamín morou e trabalhou, o museu exibe a coleção pessoal do artista. Peças arqueológicas pré-colombianas também se destacam no lugar. E o complexo cultural guarda uma vista privilegiada da capital.
“Lágrimas de Sangue”, tela de 1973, é uma homenagem do equatoriano a três chilenos. Ao presidente Salvador Allende e ao músico Victor Jara, mortos no golpe militar que levou Pinochet ao poder, e ainda para Pablo Neruda, que também morreu naquele mês de setembro, em decorrência, segundo a ditadura, de um câncer.
“El Guitarrista”, de 1977, é outra obra que celebra Victor Jara. Guayasamín pintou uma versão para “La Pietá de Avignon”. E, no objetivo de retratar a gente latino-americana, produziu vários quadros com rostos de mestiças.