Três razões para dar um pulo em Sampa

Museu da Língua Portuguesa, Van Gogh e “Amazônia” justificam a escapada 

Parte da obra “Noite estrelada”, de Van Gogh, uma das que ganha paredes e chão da sala de exibição


A exposição imersiva “Beyond Van Gogh”, vista por mais de dez milhões de pessoas no mundo, vai em julho de Sampa para Brasília. E não tem previsão de desembarcar no Rio. Além disso, outra mostra imersiva sobre o pintor que foi trazida à Cidade Maravilhosa _ a “Van Gogh e seus contemporâneos” _ termina neste domingo, está com ingressos esgotados e é muito mais modesta.

Interessante o suficiente para ser revista quantas vezes sua emoção pedir, a mostra de São Paulo tenta levar o visitante para dentro da obra do artista, através de imagens criadas por tecnologia de ponta em chão e paredes. “Beyond Van Gogh” peca por estar sempre muito cheia, o que atrapalha a concentração. Até porque, o burburinho é contínuo.

Como se estivesse sendo pintado por Van Gogh, outro quadro do artista vai ganhando forma

Por conta disso, compre ingressos para as sessões menos procuradas, como as de dias de semana em horários diurnos.   Mas dá prazer ver cerca de 300 imagens produzidas pelo artista se formando, pincelada a pincelada. Estão lá (no Shopping Morumbi) imensas reproduções digitais de telas como “Quarto em Arles”, “Girassóis” e, a que provoca maior reação no público, fazendo o vozerio aumentar, “Noite estrelada”.  

Já a exposição fotográfica “Amazônia”, de Sebastião Salgado, que passou por Paris, Roma e Londres, chegará ao Rio no segundo semestre, depois de deixar São Paulo.  Está instalada na Área de Convivência do Sesc Pompeia, apresentando uma série de imagens inéditas do fotógrafo, feitas da terra, de rios e do ar.

A mata, personagem principal, ganha destaque também em fotos que mostram seu reflexo sobre o Rio Amazonas. Assim como as nuvens. Aqui e ali, montanhas surgem como ilhas na imensidão da floresta. 

Tão ou mais impressionantes, entretanto, a mostra inclui fotos de diferentes grupos indígenas, que, através de peças audiovisuais, denunciam invasões às suas terras e a devastação que a região está enfrentando hoje.
“Amazônia” conta com 205 imagens e textos que incluem uma série de dados sobre a Amazônia.  Lembra que o bioma amazônico se estende por nove países, por quase um terço da América do Sul.

Os habitantes da Amazônia têm presença fundamental na obra de Sebastião Salgado sobre a mata

E que 60% desse ecossistema está no Brasil. Mais: que o Amazonas, alimentado por mais de mil afluentes, com 17 deles tendo acima de 1.500 quilômetros, joga todo dia no Atlântico o equivalente a 20% da água doce do mundo. 

  E se não voltou ao Museu da Língua Portuguesa depois da reinauguração há pouco mais de oito meses, nunca é demais ler, um pouco mais, sobre nosso idioma. Passados seis anos e meio desde o incêndio que atingiu o museu, em dezembro de 2015, o avanço da tecnologia fez com que, naturalmente, a nova versão se apresentasse mais ágil, interativa e lúdica. 

Mais tecnológico, o Museu da Língua Portuguesa investe pesadamente na interatividade

O mesmo se pode dizer da mostra temporária da vez: “Sonhei em português”. Que, aliás, é divertidíssima. Em cartaz desde 12 de novembro de 2021 _ até 12 deste mês de junho _, tem como tema básico a forma como a imigração, questão social tão presente neste século, atravessa a linguagem. Composta por obras criadas especialmente para ela, a seção traz ainda 13 depoimentos de estrangeiros que vivem em São Paulo e de seis brasileiros que moram no exterior. 

Destaques: a chinesa que custou a entender por que, na feira, a chamavam de “flor” ou/e “filha”. E a  luminosa escultura “Travessia”, de Leandro Lima, em que, de longe, você identifica uma caravela em movimento. 

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